sábado, 23 de outubro de 2021

CÔNEGO ÉMILE- BIOGRAFIA




BIOGRAFIA DO CÔNEGO EMILE LHERMITTE

(* 1916 - + 1999)

O cônego Emile Lhermitte O.P. (seu nome completo era Emile Charles Pierre Lhermitte) nasceu na Bélgica, em Vinken, a 16 de março de 1916. Em 11 de outubro de 1936, aos 20 anos de idade, ainda bem jovem portanto, entrou para a Abadia de Averbode, da Ordem Premonstratense. Foi ordenado sacerdote a 16 de agosto de 1942, aos 26 anos, como religioso integrado à Ordem dos Padres Premonstratenses, fundada por São Norberto e bastante conhecida em São Paulo particularmente pelo trabalho pastoral que desenvolve junto ao Santuário do Senhor Bom Jesus, na cidade de Pirapora do Bom Jesus. Durante quatro anos, trabalhou como professor de História da Igreja, na Abadia Premonstratense de Averbode, ao mesmo tempo em que desempenhava seu ministério sacerdote como coadjutor de uma paróquia vizinha.

Designado pelos seus superiores para integrar uma missão ao Brasil, padre Emile, como ficou carinhosamente conhecido entre nós, deixou a Bélgica, sua terra natal, e desembarcou no Porto de Santos a 9 de março de 1946, depois de longa viagem, que durou 30 dias. Primeiramente, trabalhou durante dois anos na cidade de Petrópolis, no interior do Rio de Janeiro, como professor do Colégio São Vicente de Paulo, ali mantido pelos cônegos premonstratenses. Depois esteve como professor no Seminário Menor de Pirapora do Bom Jesus (1948/1953), vigário coadjutor da Paróquia de São José, no Jardim Europa, em São Paulo (1953/1958), voltou a Pirapora como professor de Filosofia até 1965 e nos dois anos seguintes, 1966 e 1967, foi coadjutor da Paróquia de São Judas Tadeu, na cidade de Piracicaba. Retornou depois a São Paulo, permanecendo novamente como coadjutor na Paróquia de São José até 1970 e depois, até 1973, atuou como vigário da Paróquia de Nossa Senhora dos Remédios, no bairro do Cambuci, também na Capital paulista.

A ligação de padre Emile com Sorocaba passou a se efetivar em 1974, num momento em que a Ordem de São Norberto, ao ver consolidada a criação de sua Província Brasileira, passou a liberar os confrades belgas, a maioria já com certa idade, para retornarem a seu país de origem ou assumirem outros trabalhos pastorais no. Amigo de monsenhor Antônio Maria Mucciolo, então pároco da Catedral de Nossa Senhora da Ponte (hoje arcebispo emérito de Botucatu e presidente do Inbrac – Instituto Brasileiro de Comunicação Cristã -, órgão mantenedor da Rede Vida de Televisão), veio para, a princípio, auxiliá-lo na Sé, mas pouco mais de uma semana depois de permanência na cidade, a 27 de julho de 1974, a convite do então bispo diocesano de Sorocaba, dom José Melhado Campos, assumia a direção da Paróquia de São Benedito, de Vila Carvalho. Ali, ao lado de uma grande equipe de leigos, jovens e casais, em poucos meses, graças ao desenvolvimento de um belo plano pastoral e ardor missionário, renovou a Comunidade, introduzindo uma forte espiritualidade, ao lado de intenso trabalho na área social e de promoção humana e também, em pouco tempo, retomando e concluindo, em tempo recorde, as obras de construção da Igreja Matriz, paralisadas há mais de vinte anos e ainda desgastando-se pela ação das intempéries.

Trabalhou na Paróquia de Vila Carvalho por cerca de cinco anos, até junho de 1979. Depois, já com a então Diocese de Sorocaba sob a direção de dom José Lambert, trabalhou também nas paróquias de São Carlos Borromeu e Santa Rosália, após breve passagem pela Paróquia da Catedral, como coadjutor à época do paroquiato de monsenhor José Carlos Castanho de Almeida, depois elevado ao Episcopado pelo papa João Paulo II e hoje, bispo emérito da Diocese de Araçatuba (SP), residindo novamente em Sorocaba. Foi também conselheiro espiritual da Equipe 10 de Sorocaba, dedicada a Nossa Senhora da Penha, do Movimento “Equipes de Nossa Senhora”, e do Movimento de Cursilhos de Cristandade.

Em 1986, padre Emile chegou a retornar a Bélgica, a pedido da Ordem, mas seis meses depois, liberado pelos superiores voltou, assumindo inicialmente como vigário paroquial na Paróquia de São João Batista e da Imaculada Conceição, em Votorantim. Deixando esse cargo, voltou a morar na Casa Paroquial da Paróquia São Benedito, da Vila Carvalho, onde ficou por um certo tempo. Celebrava algumas missas, mas não tinha encargos. Foi então acolhido na casa de repouso do Dr. Canineu, de onde partiu para a Bélgica definitivamente. 

Depois de receber o título de “Cidadão Sorocabano”, pela folha de serviços prestados à cidade, no fim dos anos 80, por deferência da Câmara Municipal, em fins de 1991, já com a idade avançada e a saúde bem debilitada, a Ordem dos Cônegos Premonstratenses, consultando o bispo de Sorocaba, dom José Lambert, houve por bem convidá-lo a retornar definitivamente a Bélgica, recolhido à Abadia de Averbode, onde viveu os últimos anos de sua existência terrena, cercado pelos confrades premonstratenses. “Confortado pelo Sacramento dos Doentes, dormiu na paz do Senhor o nosso Waltmann Emiel Lhermitte, ao entardecer de ontem, 26 de janeiro de 1999, no Hospital Acadêmico Averbode”, informava por telegrama no dia seguinte aos amigos de Sorocaba do padre Emile Lhermitte seu falecimento o abade premonstratense de Averbode, cônego Ulrick Geniets.

Um comentário:

  1. Anônimo14/9/22

    Me lembro do padre Emili. Em 74 meus pais mudaram se para Sorocaba. Meus irmãos iam a missa na S. Benedito. Eu era pequena, seguia eles na rua e ia a missa escondida. No salão lá no fundo as irmãs faziam celebração para as crianças.

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