PE. INÁCIO KRIGUER E 7º DIA
PADRE INÁCIO KRIGUER
01 de dezembro de 1946
Autoria de Padre Tadeu Rocha Moraes
Nascido na cidade de Sorocaba, no dia 01 de dezembro de 1946; segundo filho do Sr. Azevedo Kriguer e da Sra. Joaquina Aguilar, residentes no território da Paróquia Bom Jesus dos Aflitos da então Diocese de Sorocaba. Suas irmãs são Ivone Kriguer Salustiano e Maria Aparecida Kriguer. Em 15 de dezembro do mesmo ano recebeu o sacramento do Batismo na Catedral de Nossa Senhora da Ponte das mãos de Mons. Francisco Antônio Cangro, tendo como Padrinhos o Sr. José Pedro Luz Neto e a Sra. Antonia Aguilar. Dom José Carlos de Aguirre administrou-lhe o sacramento da Crisma na Capela Episcopal São José, que se situava na Rua XV de Novembro junto a Residência Episcopal, que cedeu lugar ao Edifício do Banco do Brasil.
Em 1961 ingressou no Seminário Menor São Carlos Borromeu onde permaneceu até a conclusão dos estudos (ensino médio) que concluiu em Escola Pública no ano de 1967. De 1968 a 1971 cursou Filosofia e História na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Sorocaba. Concluído seus estudos filosóficos, ingressou no Instituto Teológico Pio XI em São Paulo (dos Padres Salesianos) para o curso de Teologia onde permaneceu até 1973. Em 1974 transferiu-se para a Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção para a conclusão do curso e passou a residir no Seminário Central do Ipiranga junto a mesma com os demais seminaristas desta Diocese e das demais do Estado de São Paulo que compõe o Regional Sul I da CNBB. Participou de curso de extensão universitária sobre coordenação de pastoral (ITEPAL) em Medellin, na Colômbia.
Das mãos de Dom José Melhado Campos (2º Bispo Diocesano) recebeu os Ministérios Sacros, o Diaconato aos 17 de junho de 1975 na Paróquia de Santa Rita em Sorocaba. No dia 15 de agosto do mesmo ano e encerramento do ano jubilar de criação e instalação da Diocese (1924-1925), na Catedral Diocesana de Nossa Senhora da Ponte pelo gesto sacramental da imposição das mãos de Dom José Melhado Campos e do Presbitério, foi ordenado presbítero.
Exerceu esse ministério por 43 anos, 10 meses e 02 dias sempre nesta Arquidiocese: Vigário Paroquial de São João Batista de Votorantim em 1975; Pároco de São José Operário em Sorocaba (1976-1979); Pároco de São João Batista de Votorantim (1979-1984); Pároco de Divino Espírito Santo em Sorocaba (1984-1985 e 2006-2013); Reitor do Seminário Filosófico São Carlos Borromeu (1984-1989) e, enquanto Reitor, acumulou as funções de Pároco de São Lucas (1985-1986) e São Carlos Borromeu (1986-1989); Pároco de Nossa Senhora da Piedade em Piedade (1989-1995); Pároco de Santo Antônio em Iperó (1995-2000) onde construiu ampla igreja matriz; Pároco de São Roque (1999-2000); Pároco de São Francisco de Assis (2000-2006), ambas em Boituva; Pároco de São Benedito em Sorocaba (de 14 de abril de 2013 até sua morte).
Muitas outras atividades exerceu: Professor de Lógica no Seminário Filosófico São Carlos Borromeu; Coordenador da Cáritas Diocesana (1972-1976); Coordenador Diocesano da Catequese (1978-1980); Coordenador Diocesano de Pastoral (1990-1996); membro dos Conselhos Presbiteral e de Economia da (Arqui) Diocese em vários mandatos (eleito ou por função); representou o Presbitério junto a Comissão Regional de Presbíteros (Regional Sul 1 da CNBB); Assistente Espiritual da Sociedade São Vicente de Paulo; Conselheiro Espiritual das Equipes de Nossa Senhora, etc.
Sua saúde foi se abalando a partir de 18 de novembro de 2012, quando sofreu violento infarto do miocárdio. Mesmo assim, continuou no exercício do ministério sempre com dedicação, alegria e ímpar zelo apostólico.
Padre Inácio foi cuidado com elogiável carinho, atenção e afeto pela sua irmã, Maria Aparecida, seu cunhado e outros familiares. Ele lutou intensa e brevemente contra um carcinoma de cólon com metástase hepática. No dia 17 de junho de 2019, no recinto da casa onde residia, após ter recebido, dias antes, o sacramento da Unção dos Enfermos das mãos do Pároco, Pe. Washington Ribeiro, assistido pelos Padres Manoel César de Camargo Júnior e Tadeu Rocha Moraes e pela sua irmã, Maria Aparecida Kriguer, às 11h30, balbuciando o “Amém” da oração do Pai-nosso, sem nenhuma expressão de angústia, serena e calmamente, entregou seu espírito.
Seu corpo foi velado na Igreja matriz de São Benedito com enorme concorrência de amigos e paroquianos. Após missa exequial, presidida pelo Arcebispo Metropolitano, Dom Julio Endi Akamine, e concelebrada por dezenas de padres e diáconos, foi sepultado no Cemitério Municipal da Saudade no dia 18 de junho de 2019.
Homem de oração e amante da Palavra da Deus, que diariamente meditava, deixou interessante coleção de Bíblias composta por centenas de exemplares em vários idiomas. De fácil convivência, dada sua personalidade alegre e generosa, sempre colaborou com os colegas que lhe solicitavam algum serviço. De notável simplicidade e de elevada cultura, nunca se impunha sobre os outros. Optava sempre pelo paciente e caridoso diálogo. Esforçava-se em construir o consenso no presbitério e na paróquia, contudo não se omitia e se expunha com sinceridade, objetividade e ternura. As decisões nunca eram precipitadas e sempre caracterizadas por profunda sabedoria e espírito prático. Sua profunda experiência de Deus deu-lhe liberdade interior a ponto nunca ter se prendido ao poder e aos bens materiais. Com o mesmo espírito, vivia sem preconceitos e a todos acolhia com afeto. Costumava registrar dados e informações que, de tempos em tempos, comparava. Tinha como lazer “palavras cruzadas”. Gostava de viajar para conhecer novas pessoas, lugares e culturas. Poucos meses antes do diagnóstico da enfermidade, que o vitimou, desistiu, por ordem médica, da viagem ao Japão. Sempre cultivou a virtude evangélica de visitar familiares, amigos, irmãos de presbitério e paroquianos.
Algumas mensagens enviadas pelas redes sociais
Padre Inácio viveu até o fim: “tendo amado os seus, amou-os até o fim”. Reuniu todas as forças que tinha e suplicou pelas pessoas que não tinham para celebrar sua última Semana Santa. Foram dias de intensa espiritualidade e muito testemunho da doação cristã ao extremo. Um padre exemplar que visitava todos os paroquianos que passavam necessidades, por isso nosso sentimento de saudade é absurdo. Confiamos que do céu ele nos vê e nos acompanha como sempre fez (José Luiz Garcia).
O céu está em festa! O “Amém” é entoado pelos querubins e, ao se aproximar do altar celestial, ouve de Jesus: “vinde bendito de meu Pai” (Tiana Pascoa).
Padre Inácio celebrou o meu casamento e o batizado da minha filha aqui na Paróquia Nossa Senhora da Piedade. Vai nos fazer muita falta; que descanse em paz (Margareth Silva).
Perdemos um amigo e irmão. A Eternidade ganhou um cidadão (Regina Alexandre).
Este é um momento de dor e também de fé e de esperança. Nós, que fomos seus paroquianos, somos agradecidos pelo trabalho e entrega deste querido sacerdote (Alike Rosa).
Um grande companheiro. Tínhamos um bom bate papo toda vez que nos encontrávamos. Corintiano, jogávamos conversa fora sobre futebol e política. Quando o assunto era religião, aí a conversa era enriquecedora. Aprendi muito com ele. Me sinto orgulhoso por ter sido seu amigo (Duda Blas).
Quem participa da arquidiocese de Sorocaba o conheceu. Assumiu seu ministério sacerdotal com ardor missionário e conquistou nas paróquias a admiração dos fiéis. Era uma pessoa simples e acolhedora. Um verdadeiro pastor preocupado com suas ovelhas. Fiel às palavras do Evangelho transmitia Jesus Cristo como um amigo verdadeiro em sua vida. Convivi com o padre Inácio em décadas de anos na participação no Movimento das Equipes de Nossa Senhora-ENS. Acompanhei sua trajetória na paróquia de São José Operário na época em que fazia parte da minha residência no jardim Saira. Também na paróquia do Divino e São Benedito em vários momentos que o entrevistei para a Rede Vida (Vanderlei Testa).
Eu morei três vezes com o padre Inácio: foi meu Reitor de Filosofia, foi pároco e eu vigário em Piedade e em Iperó. Todo esse tempo juntos foi de muito trabalho, diálogo franco e alegria. Foi difícil demais a partida do meu grande amigo (Padre Giba).
Adendo do coordenador do blog:
Em 1983 eu e o Padre Inácio íamos à Foz de Iguaçu com meus pais e capotei o carro (um fusca) na BR 116. O carro deu umas 4 cambalhotas e ficou imprestável. Vendi-o ao guarda rodoviário que nos atendeu e nos colocou num ônibus para Curitiba, onde meus pais iam ficar por alguns dias. Nós continuamos a viagem à Foz por ônibus mesmo. Graças a Deus e aos nossos Anjos da Guarda, nada nos aconteceu. O mais incrível é que saímos do fusca... pela janela traseira! Como conseguimos? Não sei! E quanto às palavras cruzadas, o padre Inácio não fazia todas: só fazia as mais difíceis, as que vêm sem casas mortas marcadas. O que sobrava das palavras cruzadas ele as dava a mim. Tenho um palmo de palavras cruzadas que ele me repassou que ainda não consegui fazer, ainda com a letra dele... E nós fomos contemporâneos na comunidade de São João Batista, na igreja antiga de Votorantim que desabou.
![]() |
Igreja onde o pe. Inácio viveu a adolescência até entrar no seminário |
![]() |
Com o Pe. Tadeu, em 1981 |
"Combati o bom combate, terminei a minha carreira, guardei a fé." II Timóteo, 4, 7
Neste domingo, 23/06, às 18hs, na Paróquia São Benedito, na Vila Carvalho, Rua Osório Maia 68, Sorocaba SP, será celebrada a missa de 7º dia do nosso querido Padre Inácio, que no dia 17 de junho p.p. foi chamado à casa do Pai.
Os familiares, amigos, colegas do clero e a comunidade paroquial de São Benedito agradecem pela presença e orações.
Comentários
Postar um comentário