DIVORCIAR--SE DE CRISTO?
do pe. Fernando Cardoso
16 de março de 2012
O profeta Oséias, que se lê na primeira leitura de hoje, tem uma expressão sobre a qual eu gostaria de meditar hoje. “Assur não nos salvará.” E quem era Assur? À época em que o texto recebeu sua primeira escrita, Assur era a Assíria, e a Assíria foi um verdadeiro flagelo de Deus, foi uma superpotência no Oriente Médio, com capital em Nínive, que fez sofrer, terrivelmente, os Israelitas do Reino do Norte, destruindo-lhes a cidade, a capital, em 722 a.C. Sujeitou também a um tributo, o Reino do Sul; o Reino de Judá.
Durante 130 anos foi protagonista na política do Oriente Médio. Muitos buscaram aceitar a situação, o “status quod,” e foram além: tiveram a idéia de se pactuar com a Assíria. O próprio rei Acaz, de Jerusalém, dobrou-se e prostrou-se, como vassalo, diante do rei da Assíria.
“Assur não nos salvará.” Isto, para nós, é um texto passado e, no entanto, rico para nossa experiência no presente, pois nós também vamos à cata de salvadores, mas nem sempre seguimos à busca do verdadeiro Salvador. Quantas pessoas deixaram Deus e Jesus Cristo de lado, porque se apaixonaram por pessoas erradas, porque quiseram realizar, por exemplo, um divórcio que não é permitido para quem quer ser discípulo de Jesus?
Quantas pessoas deixaram a vida evangélica de lado por paixão, por auto-entrega a outras pessoas ou a outras coisas? Quantas pessoas deixaram Jesus Cristo de lado, por causa de um pouco mais de conforto, por causa de uma viagem, por causa de uma política, por causa de um conchavo ou por causa de certas amizades, por vezes até perniciosas? Cada um se pergunte, hoje, qual foi a pessoa, a realidade, a coisa, que o fez desviar-se da salvação em Cristo e de Deus.
A vida nos trás lições e, se essas pessoas forem pessoas avisadas e prudentes, terão tirado as conclusões dos desastres passados. Todas essas pessoas e coisas que nos afastaram de Deus, eram ídolos; e todos os ídolos, sem exceção, têm pés de barro.
Não adianta apostar, além do razoável, em ninguém. Não adianta apostar em um marido; não adianta apostar em uma esposa; não adianta apostar na mulher do próximo, na mulher do outro; não adianta apostar no marido alheio; não adianta apostar no filho; e não adianta apostar em um amigo, pois todos eles nos levam, de ilusão a decepção, de ilusão à desilusão.
Assur não nos salvará, e todos nós podemos fazer a experiência, hoje, de que não só Assur, mas tudo o que não é Deus, não nos salvará. Lamentavelmente, muito do que deixamos ou do que abraçamos, deixando Deus, não nos salvará. A experiência pode já ter sido feita; buscamos salvação e encontramos apenas sofrimentos para nós mesmos.
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